Por toda ocasião em que me abraças forte e, por medo de ceder, não te enlaço prontamente, perdoa-me.
Perdoa-me também, por omitir certo flerte possuido, pois assim alimento a vaga ilusão de que ainda fugirei de ti.
O atraso de minha chegada, em diversas ocasiões, foi um pouco de teste (esperará por mim? ) e um muito de esperança ( aguardará por mim, sempre? ), e por isso te peço perdão!
Ao esquecer de você na hora do nosso encontro, e ao correr para ver se ainda te alcançava, recebeste-me pingando de chuva num corpo seco de saudade, assim, suplico-te , perdão!
Naquele periodo de ferias, por te deixar assim tão só, perdoa-me.
E perdão ainda, por certa noite em que, corpo tropego, musculos exaustos, cai ao teu lado dormindo, enquanto ardias de desejo por mim.
Pela resistencia aos teus labios quando a vontade é de sentir o doce nectar que neles nasce, perdoa-me.
Pela chatice de te procurar mais do que devia, ansia incontida de buscar pedaços de mim em ti, perdoa-me.
Por te telefonar com certa frequencia, em periodos inoportunos, buscando em tua voz uma palavra tola que seja, mas que indique uma certeza impossivel de amor perpetuo, perdoa-me.
Peço-te perdão, além, por te procurar nos braços de outro alguém, só para imaginar que era teu corpo.
Pela "neura" de achar que vais me abandonar a qualquer hora, na angustia da criança desprotegida que sou, perdoa-me.
Quanto já te agredi sem visiveis motivos, tentando disfarçar ridiculos ciumes, espero o seu perdão.
Na hora da alegria ou da dor, perdoa-me por dividir tudo contigo.
Por não ter aprendido a viver muito tempo sem te tocar, perdoa-me.
Por achar que minha feiura, fara com que algo mais belo te arrebata, perdoa-me
Por te querer tanto bem e te fazer tanto mal, como na velha musica, perdoa-me.
Por te desejar ardentemente, inumeras e tão repetidas vezes, de modo interminaveis, perdoa-me.
E se ainda contar com tanto beneplacito, por não ser tua propria imagem ao espelho, perdoa-me!
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