Cegos os olhos, continuarias de qualquer forma presente,
surdos os ouvidos, e tua voz seria ainda a minha musica,
e eu muda, ainda assim, seriam tuas as minhas palavras.
Sem pés, te alcançaria a arrastar-me como as aguas,
Sem braços, te envolveria invisivel, como a aragem,
sem sentidos, te sentiria recolhido no coração
como o rumor do oceano nas grutas e conchas.
Sem coração, circularias como a cor em meu sangue,
e sem corpo, estarias nas formas do pensamento
como o perfume no ar.
E eu morta, ainda assim por certo te encontraria
no arbusto que tivesse suas raizes em meu ser,
e a flor que desabrochasse murmuraria... TEU NOME!
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