segunda-feira, maio 16

A tua carta

A carta que escreves é a oração que repito
todas as noites, sempre, antes de me deitar,
a hora em que abro a janela ao azul infinito
e me ausento de tudo... e me esqueço a sonhar.
Eu, descrente da terra e dos homens, descrente
mais ainda dos céus, com bem maior razão,
murmuro a tua carta religiosamente
pois fiz do teu amor minha religião...
Tua carta, nem sei... releio-a todo instante,
ela acende em meus olhos triste, alegrias
e me faz esquecer que te encontras distante.
Paradoxo, talvéz mentiras! ... não te esqueço,
se toda noite (há não sei quanto tempo)
com o teu nome em meus lábios.... adormeço!

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