Uma carta de Adeus

Te deixarei uma carta de Adeus
quando a separação for inevitável,
Tao inevitável
quanto o pranto que nascerá depois,
quando a saudade me transformar,
triste e deprimida, pouco a pouco.
Perdoa não te dizer Adeus
num fim de noite qualquer.
De fato seria o certo
mas jamais suportaria teu pranto.
ouvindo teus murmúrios tão de perto.
Levarei para sempre teu carinho,
guardarei indevassáveis as lembranças
e, por favor,
jamais coloque em meus ouvidos
o choro ou as perguntas das crianças.
Te deixarei uma carta de Adeus,
muito triste, necessárias
e com muito amor.
Não te espantes com as lagrimas
que nascerão em teus lindos olhos
distraia quem te vir chorando.
É mais o susto do imprevisto
que a tristeza da partida.
É mais a raiva do que se perde
que o valor do que então já se perdeu.
Te deixarei uma carta de Adeus
e peço que não te preocupes
com meus caminhos.
Serão difíceis
cheios de espinhos,
mas poderei trilhar no corpo dos dias
e ao longo das noites,
sem macular nosso amor.
Perdoa-me se não te aceno,
não te beijo e não te abraço.
Isenta de ódio e de maldade
te escrevo esses meus traços.
Tu me conheces bem ou mal,
eu sou fraca demais
em partida ou saudade.
Adeus!
Que a felicidade pelo qual vou em busca,
esteja na soleira de tua porta.
Basta saber-te feliz
e já nada mais me importa.
Te deixarei uma carta de Adeus
como simples despedida
nesse meu jeito poético
de escrever coisas tristes,
fazendo versos do adverso
e, ironicamente
quase em absurdo total,
rimar saudade com felicidade,
eterno amor com final.
Adeus!
Não repare na letra
tao bem feita
a fiz de forma, de proposito,
poucas vezes entendeste o que lhe escrevi,
algumas poucas percebestes o que vivi.
Enfim,
a vida nada mais é
que a sequencia de um filme sem roteiros
com diretor, talvez desconhecido,
e com artistas que em verdade são parceiros.
Um dia, talvez,
o destino nos una novamente,
resumindo o desespero de viver
nessa tristeza profunda que me consome.
Adeus!
E só te peço:
Não permita o esquecimento triste de meu nome...