quarta-feira, agosto 17

Vida Breve

Perdoa se te amei assim tão bruscamente
fugindo inconsciente
da maneira em que te acostumei
Eu necessitei tanto o teu perdão, meu amor
que por vezes temo que a virtude de teu gesto
tão ansiosamente esperado
encontre, ao existir, a tragédia da demora,
na angustia louca que vivi a te implorar.
Jamais em teu corpo tive vida tão breve,
e teus lábios pasmaram abismados
ante a ausência do beijo
e tuas mãos bailaram no tempo
ao som da melodia triste
dos desencontros e dos pecados
em constante desencontro.
Minha voz tão rouca
que quase adormecia teus sentidos
sussurrou no vazio
a magoa imensa da falta de versos.
Que amor estranho tivemos naquela noite
em que não haveria amor para se amar.
Perdoa se te amei assim tão bruscamente,
procurando-te a vida e curiosamente
sabendo hoje
em que nos velhos caminhos já me encontrei
o quanto de ti, me separei.
Tu bem sabes meu amor, que a ventura da poesia não
me fez assim, mas naquela noite em que não havia amor
para se amar, eu caminhava exausta, uma distancia
enorme de mim...

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