terça-feira, fevereiro 21

DISSESTE

Olha a noite! Olha o céu! A tarde que vai partindo!
Empurrou-a no além, num vendaval de luz...
Nunca pude supor que o céu fosse tão lindo,
E a noite luminosa assim, nunca supôs.

Há em tudo encantamento! A minha alma é enlevada,
Numa felicidade em suspensão pelo ar...

Dissestes...
E eu te fitei, mas não te disse nada,
Porque tinha os meus olhos só para te olhar...

Escuta! Ouve o rumor que transborda dos ramos,
Na orquestração feliz dos pássaros nos ninhos,
Quantos sons dentro da alma, alegres, nós levamos!
Quantos sons no arvoredo à borda dos caminhos!
Tudo é vida, é harmonia, é musica encantada,
Que magia me embriaga, infinita a se por!

Dissestes...
E eu te escutei, mas não te disse nada,
Porque só tinha ouvido para te escutar...

Levantará as mãos! Apanha! ... Estes galhos floridos
Pesados como estão, radiantes, multicores,
Parecem se ofertar aos teus braços vencidos,
Quando soltam pelo ar um punhado de flores...
Trazem sombra e enflorassem todo o vão da estrada!
Colhe-os! Para um momento para os apanhar! ...

Dissestes...
E eu continuei, e não te disse nada,
Porque só tinha braços para te enlaçar!

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