Ao meu lado: ninguém
O olhar vazio penetra minha janela aberta
como a orbita fria de uma estatua
por onde fito o além...
O luar entra em meu quarto, suave,
tão de leve,
em seu alvor de neve,
que eu só o sinto presente, quando sua luz
na pontinha dos pés, atravessando o quarto,
sobe na minha mesa e indiscreto vem ler
a derradeiro verso que compus...
Nesses momentos... longe... distraída...
deixo em minha alma outra janela aberta
para o recreio do meu pensamento
e onde se vai, sozinha, desabrochar
minha imaginação...
E existe em outro céu... E existe em outro luar
que a encontrando vazia
vai entrando em minha alma tão de mansinho
que os seus passos nem pisam no chão ...
Esqueço sempre a janela aberta
não sei se para querer, não sei por que...
talvez eu goste desse luar tão leve
porque ele entra em minha alma
com a imagem
da imagem de você...
Pela janela do me pensamento
nas horas de tristeza e solidão
você chega em minha alma
tão de leve
que eu vejo a sua luz por mim passando
e nem ouço seus passos pelo chão...
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